Lenzo Rizzo nasceu em Guiné-Bissau. Com pai músico, se viu envolvido com o meio musical desde cedo. Aos 12 anos, começou a se interessar por rap e fazer suas primeiras rimas. Chegou a formar um grupo com seu primo, mas sem grandes pretensões, uma vez que, até então, a regra era se dedicar exclusivamente aos estudos.
Riztocrat nasceu na Ucrânia, mas também foi em Guiné-Bissau que criou suas raízes. Aos 4 anos de idade, já desenvolvia interesse despertado pelas coleções de fitas do seu pai, um amante de música de diversos gêneros. Como beatmaker, começou seus experimentos em um videogame por puro hobby. Entretanto, não demorou a seguir os conselhos dos amigos que o incentivaram a fazer música profissionalmente. Em 1999, criou um projeto musical que misturava hip-hop com música africana. Em 2002, após a guerra civil que assolou Guiné-Bissau (1998/1999), os dois artistas vieram para o Brasil e resolveram se reunir em razão de muitas afinidades e, principalmente, de uma paixão em comum: a música. A partir desse momento, tiveram a certeza de que estavam, enfim, no caminho certo.
Naquele mesmo ano criaram o SevenLox: projeto que é a síntese de duas personalidades extremamente musicais e sem quaisquer limitações ou preconceitos quanto à diversidade representada pelas mais diferentes sonoridades.
Em 2003, gravaram sua primeira demo com 9 faixas, algumas das quais, mais tarde, entraram no álbum lançado em 2005. Primeiro do grupo, carregou o título do próprio projeto: “SevenLox”.
Em 2007, lançaram na internet o EP “Quem Eh O Boss?”. Duas músicas, em especial, tiveram ampla repercussão e até hoje fazem parte dos sets dos principais DJs do Brasil: “Quem Eh O Boss?” e “Teu Show”. Esta última teve um remix feito pelo DJ Chernobyl e lançado em algumas coletâneas de selos independentes de música eletrônica na Europa.
Os dois artistas passaram um tempo investindo em atividades pessoais. Lenzo Rizzo fez faculdade de Turismo e viajou o Brasil em turnês com diversos artistas nacionais, enquanto Riztocrat concluiu curso superior de Tecnologia em Produção Fonográfica-Produção Musical, além de diversos trabalhos com terceiros, fazendo, inclusive, parte do coletivo de produtores - The Hit.
Atualmente, em 2011, decidiram lançar o segundo álbum oficial do SevenLox. Intitulado “Radio Atomic”, teve algumas de suas faixas já liberadas na internet. “Just Call Me” é uma delas! Ousada, faz um convite indiscreto e - quem sabe – irrecusável, embalando um jogo de conquista e disputa em torno de uma garota comprometida. Sem meias palavras, descreve o efeito que a mulher tem sobre a imaginação e a sexualidade do homem. Aliás, a temática do que o sexo feminino desperta no universo masculino também é bem explorada em “Sexy”, cujo título não poderia ser mais apropriado. A produção da música cria uma atmosfera tão densa que transfere quem ouve ao ambiente descrito na letra. Não dá pra deixar de sentir - ou até de se sentir - naquele contexto envolvente de dança, sensualidade e desejo. Abordando um outro tema, ”Party Monster”, música do grupo que atingiu grande repercussão nas baladas, tornou-se uma expressão amplamente difundida pelo público para representar um estilo de vida, servindo, inclusive, de inspiração para nomes de festas e eventos.
Com uma boa aceitação por parte de DJs, radialistas, contratantes de baladas, amigos e fãs que ajudaram a difundir o seu som, o grupo entrou na rota de shows nacionais por cidades como Florianópolis, Balneário Camboriú, Joinville, Curitiba, São Paulo, Cuiabá, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Tiveram, inclusive, seus trabalhos divulgados por blogs e sites internacionais e suas músicas tocadas em países luso-africanos e europeus.
O SevenLox teve, ainda, a oportunidade de dividir o palco com diversos nomes da música nacional e internacional, dentre eles Racionais MC´s, MV Bill, Da Guedes, Akon, Baby Boy da Prince, Chris Brown, Já Rule e MIMS. O grupo também é conhecido por suas parcerias com artistas nacionais de diferentes segmentos, tais como Nego Joe, Claus & Vanessa, Cine e Volk. Além disso, já se apresentou em grandes festivais de música, como o Atlântida Festival e o Planeta Atlântida, ambos no Sul do país.
Numa parceria constante e de extrema sincronia, o DJ Deeley do Da Guedes tornou-se parte fundamental nos shows do grupo, passando a ser também o DJ do SevenLox. Outra parceria bem sucedida foi com Fabrício “Milkshake”: braço direito e assessor do grupo, que, graças a experiência adquirida como idealizador de eventos e tour manager de outros artistas, contribuiu para o acesso do SevenLox ao meio do entretenimento brasileiro.
O público é outro fator essencial, dando o feedback necessário na busca constante de aperfeiçoamento e, sem dúvida, é a grande razão do trabalho feito, a cada dia, pelo grupo. Cada fã, na sua complexa particularidade, se conecta com as diferentes características do SevenLox. Desde a energia que é passada, através de beats marcantes que instantaneamente deixam o público numa mesma sintonia, até a própria reflexão, com letras e melodias que te levam a indagar sobre o que a música representa ou, pelo menos, deveria representar.
Captando a simples essência do que consiste a palavra música, o SevenLox exerce a “arte e técnica de combinar sons de maneira agradável ao ouvido”, procurando formar, com a união de várias coisas, um todo harmônico, inovando e utilizando de uma multiplicidade de influências para criar algo novo e único. E consegue!
Não há como definir. Porém, se fosse possível e preciso representar o projeto em palavras, não existiriam adjetivos mais perfeitos para tal façanha do que “universalidade”, “energia” e “paixão por fazer música”.
Mas atenção! Só há uma forma de realmente conhecer o SevenLox: sentindo, percebendo-o com qualquer um dos sentidos que aguçar, pois, apesar de não haver explicação, ao ouvir, há uma transferência simultânea e você entende. Simplesmente entende.
Por Bruna Marlière